Sífilis, sorologia – Treponema pallidum

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Na sífilis primária os testes VDRL e FTA-ABS (imunofluorescência indireta) positivam-se depois do cancro duro com sensibilidade de 85%. Na sífilis secundária a sensibilidade da sorologia é de 99%. Na sífilis terciária, o VDRL tem sensibilidade de 70% e o FTA-ABS de 98%.
 VDRL: teste não treponêmico, utiliza como antígeno a cardiolipina que normalmente ocorre no soro em níveis baixos e apresenta-se elevado na sífilis. O VDRL é uma reação de floculação, apresentando alta sensibilidade e baixa especificidade. Torna-se positivo duas semanas após o cancro. Falso-negativos podem ocorrer na sífilis tardia. Cerca de 1% a 40% dos resultados de VDRL são falso-positivos: idosos, portadores de doenças auto- imunes, malária, mononucleose, brucelose, hanseníase, hepatites, portadores de HIV, leptospirose, usuários de drogas, outras infecções bacterianas, vacinações e gravidez. Geralmente, falso-positivos mostram títulos de até 1:4, mas títulos maiores podem ser encontrados. Na avaliação do tratamento observa-se que na sífilis primária e secundária, os títulos caem cerca de quatro vezes em três meses, e oito vezes em seis meses, negativando-se em um a dois anos. A persistência de títulos elevados ou a não redução em quatro vezes dos títulos, após um ano de tratamento, pode indicar necessidade de novo tratamento. Resultados positivos de VDRL no líquor são encontrados em 50% a 60% dos casos de neurossífilis, com especificidade em torno de 99%. Após tratamento, entre três e seis meses, os títulos caem entre três e seis meses, podendo demorar anos para negativarem. Linfocitose e aumento das proteínas são evidências de neurossífilis ativa.
 Testes treponêmicos: os testes de imunofluorescência (FTA-ABS) apresentam especificidade entre 96% e 99%. Menos de 1% dos indivíduos saudáveis tem FTA-ABS positivo, porém, falso-positivos podem ocorrer em doenças auto-imunes, gravidez, hanseníase, malária, mononucleose, leptospirose e infecções por outros treponemas. Devem ser utilizados para confirmação dos resultados de VDRL. Após o tratamento, o IgG FTA-ABS pode negativar ou permanecer positivo. O IgM FTA-ABS desaparece após fase aguda, sendo útil para indicar infecção congênita. O imunoensaio enzimático (ELISA) é um teste treponêmico que tem estreita correlação com os resultados do FTA- ABS, apresentando como vantagem a maior reprodutibilidade.

 


Método

-VDRL QUANTITATIVO: - Floculação

Nível terapêutico ou Valor de Referência

- IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA IgG - FTA-ABS: Negativo
- IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA IgM: Negativo
- IMUNOENSAIO ENZIMÁTICO - PESQUISA ANTICORPOS TOTAIS: Negativo
- AGLUTINAÇÃO: Negativo <
- VDRL QUANTITATIVO: Não reativo


Condição

- IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA IgG - FTA-ABS:
- Soro ou líquor.
- Jejum: 8h (sangue)

Obs: O teste imunológico no líquor deve ser realizado em paralelo com o soro, devido a possibilidade de contaminação do material durante a punção.

IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA IgM:
- Soro.
- Jejum: 8h.

IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA QUANTITATIVA - FTA-ABS
- Soro.
- Jejum: 8h.

IMUNOENSAIO ENZIMÁTICO - PESQUISA ANTICORPOS TOTAIS:
- Soro ou plasma (citrato/heparina/EDTA).
- Jejum: 8h.

AGLUTINAÇÃO:
- Soro.
- Jejum: 8h.

VDRL QUANTITATIVO:
- Soro - liquor.
- Jejum: 8h.