Namoro na terceira idade previne a depressão e melhora a saúde

O relacionamento contribui para o aumento na vontade de viver e para a manutenção de um estado emocional mais estável. Se apaixonar não é uma exclusividade para adolescentes e jovens adultos. Com um envelhecimento ativo, é cada vez mais comum encontrar um parceiro na terceira idade. O namoro nesta fase da vida pode ajudar a combater a depressão, aumentar a autoestima e a melhorar qualidade de vida.

De acordo com a psicóloga Maria Luísa Francischetto Travaglia, o envolvimento afetivo na terceira idade pode contribuir para o aumento na vontade de viver e para a manutenção de um estado emocional mais estável. “O namoro tende a reduzir os problemas de saúde, pois quando estamos apaixonados, assim como qualquer jovem, temos o desejo de nos cuidar, resgatando uma vaidade que, muitas vezes, se perdeu ao longo da vida. Além disso, ter com quem partilhar alegrias ou amenizar angustias faz a vida ser mais leve e ter mais sentido”.

Apesar das vantagens, é preciso ter cautela no início da relação. A profissional explica que muitos idosos buscam um parceiro por se sentirem sozinhos, por isso, é importante conhecer bem o pretendente, avaliar afinidades, diferenças e vivenciar cada etapa em seu tempo. Ainda assim, os familiares devem entender que, apesar de mais velhos, cada um deve ser responsável por suas próprias escolhas. “Muitas vezes o namoro na terceira idade não é bem aceito pelos familiares. Porém, antes de julgar, é preciso pensar que todos nós vamos envelhecer e nosso desejo até o fim da vida é ser amado por alguém”, orienta Maria Luísa.

 

Conhecendo novas pessoas

São diversas as formas de conhecer novas pessoas. Os encontros podem acontecer em reuniões sociais e até em sites de relacionamento. “É importante ampliar seu ciclo de amigos, frequentando grupos da faixa etária, excursões, atividades comunitárias. Hoje também existem os sites e aplicativos de relacionamento, alguns próprios para terceira idade. Se apaixonar e se envolver é consequência de bons encontros, bons momentos que acontecem sem dia e hora marcada, por isso, o ideal é respeitar o desejo do próximo e permitir que vivencie o momento, prezando sempre pelo respeito”, pondera a psicóloga.

Se for o caso de um reencontro com uma paixão da juventude, a dica é lembrar que o tempo passou para os dois, por isso, é importante lembrar que a pessoa pode não ter mais o mesmo jeito e pensamento de antes. “Podemos reviver uma paixão. O tempo passou, ambos tiveram novas experiências, talvez tenham constituído família e esse dinamismo não pode se tornar barreira para a relação continuar. Sobre o que foi vivido, só precisamos contar o que entendermos necessário. Afinal, nos apaixonamos pelo que a pessoa é, e o seu passado faz parte desta construção”, avalia.

 

Fonte: Portal Gazeta Online