Mitos e Verdades sobre a psoríase

O dia 29 de outubro é dedicado a reflexão e atenção ás pessoas com psoríases, devido o Dia Nacional e Mundial da Psoríase. Ainda é desconhecida as razões que leva as pessoas a desenvolverem esta doença que se manifesta por lesões cutâneas, geralmente como placas avermelhadas, espessas, bem delimitadas, com descamação. Pode surgir em qualquer local do corpo, principalmente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Existem várias formas dessa complicação, sendo a mais frequente a psoríase em placa, que ocorre em 80% a 90% dos pacientes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 3% da população mundial têm a doença, ou seja, mais de 125 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são mais de 5 milhões de homens e mulheres que vivem com o problema, podendo surgir em qualquer fase da vida, mas, geralmente, aparece antes dos 30 anos ou após os 50 anos.

Muitas dúvidas aparecem quando o assunto é a psoríase. Por este motivo resolvemos publicar uma entrevista realizada pelo Blog da Saúde, realizada com o presidente da sociedade brasileira de dermatologia, Gabriel Gontijo, para esclarecer mitos e verdades sobre o assunto. Confira!

A psoríase pode ser facilmente tratada com medicamentos caseiros?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Mito. A psoríase é uma doença inflamatória, crônica, com várias fases de manifestação dos seus sintomas e o tratamento pode ir desde medicamentos na pele até outros de uso oral, dependendo do grau de severidade da doença. Logo, não é recomendado medicamentos e preparações caseiros ou até a automedicação. A escolha do tratamento depende de vários fatores, além da gravidade da doença, idade e sexo do paciente, localização das lesões, entre outros, sendo necessário a análise de cada caso para essa decisão. Se há alguma desconfiança do problema, o ideal é que o tratamento venha orientado por um profissional de saúde.

 O sol faz bem para todos os tipos de psoríase?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Verdade. Faz bem para todos os tipos já que o contato com o sol ajuda a diminuir a inflamação que é causada pelo sistema imunológico. Só que é muito importante frisar que esse não é o único meio de tratamento da psoríase. O sol faz bem, diminui o número de placas e o tamanho delas, mas é coadjuvante no tratamento. Se já está em tratamento, a pessoa pode tomar banhos de sol de shorts, maiô ou biquíni, nas placas até às 10h da manhã ou depois das 16h. De 15 a 20 minutos por dia.

Outro fator que pode ajudar na diminuição das placas na pele e que é uma novidade é que quanto mais hidratada ela estiver, melhor são as chances da pessoa controlar a doença e de não ter uma recaída. Um segundo fator interessante é o entender o funcionamento do microbioma, que são aquelas bactérias que a gente chama do bem e que já estão no nosso organismo. A gente tem na nossa pele bactérias e fungos que formam uma parede de proteção sobre a pele. Quando há um desequilíbrio nessa proteção natural, com excesso de banho ou pele seca, banho quente, falta de hidratação, a parede vai diminuir a proteção que exerce. Se há esse desequilíbrio, há uma chance maior de você desenvolver a psoríase.

Existem medicamentos que podem desencadear as placas causadas pela psoríase?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Verdade, mas é algo muito raro de acontecer. O mais comum, entre os fatores de risco para o aparecimento das placas é o consumo de álcool ou fumo. Pessoas com esses hábitos têm maior predisposição ao desenvolvimento da doença, sendo que a suspensão desses melhora muito o seu controle. Pessoas com obesidade, diabetes, hipertensão e que vivem em situação de estresse são mais vulneráveis a terem o desencadeamento das manchas por causa desses fatores. Manter hábitos de vida saudáveis é fundamental para o equilíbrio do corpo.

A psoríase sempre vem associada a dores e coceira?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Mito. Tem gente que tem psoríase no corpo todo e não tem dor. Quando há dor, pode ser nas articulações e aí a pessoa tem artrite. Em torno de 30% dos pacientes podem apresentar acometimento articular, sendo fundamental o reconhecimento precoce dessa manifestação para o início do tratamento adequado. Confira os tipos de psoríase existentes aqui.

Mas a dor na lesão não é um sinal importante para dizer se o paciente tem ou não a psoríase. O diagnóstico da doença é feito a partir de características clínicas, mas em alguns casos, pode ser necessária uma biopsia.

 A psoríase, apesar de não ser infecciosa, pode ser transmitida de pai pra filho?

Sociedade Brasileira de Dermatologia: Verdade. É importante esclarecer que não é transmissão infecciosa. O pai não vai passar psoríase se encostar no filho, ou vai abraçar a criança e ela vai pegar a psoríase. A doença é geneticamente transmissível. Aproximadamente, um terço dos pacientes apresentam parentes com psoríase, e filhos de pais com psoríase possuem maior chance de desenvolver a doença. Logo, existe uma predisposição genética para o seu desenvolvimento.

 

Fonte: Ministério da Saúde – Blog da Saúde