DIAGNÓSTICO DE INFLUENZA E OUTROS VÍRUS RESPIRATÓRIOS

INFLUENZA (Período de incubação: 1 a 4 dias)

  • O vírus Influenza apresenta 3 tipos – Influenza A, B e C – e vários subtipos.
  • Crianças podem apresentar dor abdominal, vômitos, diarreia.
  • Em idosos a evolução pode ser insidiosa, com febre baixa ou ausente, confusão mental e adinamia.
  • Pacientes imunodeprimidos também podem ter apresentações clínicas pouco características.

*A resolução do quadro ocorre em 1 semana, a tosse pode persistir. Os sintomas podem ser mais prolongados em imunodeprimidos (a excreção viral também).

*A transmissão do vírus pode ocorrer no período compreendido entre: 24h antes dos sintomas e em até 7 dias depois do início do quadro.

COMPARATIVO: Gripe e Resfriado.

Relembrando aspectos importantes das principais infecções respiratórias virais.

GRIPE OU RESFRIADO - QUADRO 1a

VÍRUS QUE PODEM CAUSAR RESFRIADOS

GRIPE OU RESFRIADO - QUADRO 2a

CONTEXTO ATUAL

Neste momento do ano ocorre um aumento dos casos de influenza, devido a circulação do vírus Influenza A H1N1, mas também há casos de Influenza A sazonal e Influenza B. Entenda cada um dos exames e quando solicitar:

– Pesquisa Rápida de Influenza A eB (Método: Imunocromatográfico): Como há apenas a pesquisa de influenza A e B, está indicado quando a hipótese diagnóstica é de gripe ou em outros quadros respiratórios que podem ser causados pelo vírus Influenza. Sensibilidade ao redor de 50-70% ( para amostras de aspirado nasal) e especificidade de 90-95%. Importante: Esta sensibilidade é menor para Influenza A H1N1, em outras palavras, o exame negativo não afasta a possibilidade de infecção por este vírus.

Quando solicitar este exame? Considerando a rapidez do resultado, este exame pode ser solicitado na síndrome gripal, em pacientes sem indicação para internação, especialmente nos que possuem fatores de risco para complicações. Nestes casos, o resultado positivo pode auxiliar na decisão de prescrever o antiviral. Cabe lembrar que o exame negativo não afasta a possibilidade de influenza

– Influenza A e B por Imunofluorescência (Método: Imunofluorescência): São pesquisados somente os vírus Influenza A e B. Sensibilidade >70%e especificidade >80% Importante: Esta sensibilidade é menor para Influenza A H1N1, em outras palavras, o exame negativo não afasta a possibilidade de infecção por este vírus.

Quando solicitar este exame? Pode substituir a pesquisa rápida com a vantagem de ser um pouco mais sensível, porém o resultado pode levar mais tempo.

– Vírus Respiratório, Triagem (Método: Imunofluorescência): São investigados os seguintes vírus: Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Influenza, Parainfuenzae Adenovirus. Sensibilidade e especificidade para os diferentes vírus respiratórios variando, respectivamente, de 55,6% a 80,4% e 98,7% a 100%.

Quando solicitar este exame? Em relação ao vírus influenza a sensibilidade é semelhante ao exame anterior (imunoflurescência para influenza A e B), portanto, este exame está indicado para pacientes com sintomas clínicos menos característicos de síndrome gripal, no qual outros vírus podem estar envolvidos. Estas situações  mais frequentes envolvem crianças, pacientes imunodeprimidos ou com doença pulmonar subjacente.

– PCR para H1N1 (Método: Reação em cadeia da polimerase – PCR): São pesquisados os vírus Influenza A sazonal e Influenza A H1N1.

Quando solicitar este exame? No período atual, pós pandêmicos, a pesquisa por meio de PCR para Influenza A H1N1 está indicada nos pacientes internados, sob uso de antiviral, e que apresentam a pesquisa rápida ou imunofluorescência negativas.

– Painel de Vírus Respiratórios por PCR Secreção Trato Respiratório (Método: Reação em cadeia da polimerase – PCR, seguida de identificação por arrayde baixa densidade.): Teste molecular capaz de identificar 19 tipos de vírus respiratórios: Adenovírus, Bocavírus, Coronavírus, Enterovírus, Influenza vírus A, Influenza A H3N2, Influenza A H1N1 (2009), Influenza B, Influenza C, MetapneumovírusA, Metapneumovírus B, Parainfluenza1, Parainfluenza2, Parainfluenza3, Parainfluenza4a, Parainfluenza4b, Rinovírus, Vírus sincicial respiratório A e vírus sincicial respiratório B.

Quando solicitar este exame? Este teste molecular poder identificar 19 tipos diferentes de vírus respiratórios que podem causar quadros respiratórios graves em pacientes imunodeprimidos. Portanto é um recurso diagnóstico que pode ser utilizado em pacientes imunodeprimidos, com doença pulmonar, especialmente pacientes em insuficiência respiratória.

*Todos estes exames podem ser realizados em: swabnasal, aspirado traqueal e lavado bronco alveolar.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTE

 Orientações importante de acordo com o Protocolo de Tratamento de Influenza –2013, Ministério da Saúde:

 Na síndrome gripal

  • Nos pacientes com condições e fatores de risco para complicações pela influenza, independentemente da situação vacinal, além dos medicamentos sintomáticos e da hidratação, está indicado o uso de fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) de forma empírica. NÃO SE DEVE AGUARDAR CONFIRMAÇÃO LABORATORIAL.
  • Nos pacientes sem condições e fatores de risco para complicações, além dos medicamentos sintomáticos e da hidratação, a prescrição do fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) também pode ser considerada, excepcionalmente, baseada em julgamento clínico, se o tratamento puder ser iniciado nas primeiras 48 horas do início da doença.

 Portanto, a confirmação laboratorial, especialmente nos pacientes com fatores de risco para complicações, não deve retardar o início do tratamento antiviral e o critério clínico é suficiente para indicar o tratamento.

Na Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

  • Indicar internação hospitalar;
  • Iniciar o tratamento com o fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) após a suspeita clínica, independentemente da coleta de material para exame laboratorial;
  • Na possibilidade de coleta de amostras para exame laboratorial, o procedimento deve ser realizado preferencialmente antes do início do tratamento e em pacientes com até 7 dias de início dos sintomas

A investigação diagnóstica é importante nestes casos, sem retardar o início do tratamento antiviral. A utilização de métodos mais sensíveis pode ser uma estratégia mais adequada:

− PCR para influenza H1N1: quando há baixa probabilidade de outros vírus respiratórios causando a SRAG.

− Painel de vírus respiratórios por PCR: se há possibilidade de outros vírus respiratórios como agente etiológico da SRAG, ex. pacientes imunodeprimidos, tais como receptores de transplantes de órgãos, células tronco hematopoiéticas, neoplasias hematológicas.

Fonte: Laboratório Clínico – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (HIAE)